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Penso que o Grupo Jogo se adianta num entendimento crucial para esse momento que estamos vivendo: que as tecnologias e a internet não estão aí para salvar o Teatro e que não basta simplesmente querer transpor as peças previamente gravadas, em arquivo ou em formato de lives para as redes sociais. No geral, estes modos de colocar as peças nas redes tem sido bastante frustrantes e cansativas. É preciso repensar os formatos, considerando as dinâmicas das redes sociais, as potências (e os limites) que estas trazem na tentativa de usá-las como espaço e formato para a experiência teatral. O Grupo Jogo faz isso muito bem exatamente porque não faz uma mera transposição, mas atualiza e recompõe sua montagem de “Deus é um DJ” para as redes sociais e, neste sentido, sai na frente aqui no Rio Grande do Sul nesta reflexão. A experiência, ao meu ver, foi bem sucedida porque não parte de uma ideia de transposição, mas de atualização e re-composição da obra, inclusive trazendo para dentro desta as possibilidades interativas da internet e redes sociais, que não foram ou não seriam possíveis na realização da peça nos palcos.

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DEUS É UM DJ - LIVE

Leandro Silva, Porto Alegre (RS), 13/07/2020

Grupo Jogo de Experimentação Cênica aposta no “teatro possível” para tempos de confinamento

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OFICINA DA EEPA PRODUZIU CRÍTICAS SOBRE "DEUS É UM DJ"

 

Deus é um DJ, do Grupojogo De experimentAção Cênica,

foi o tema da primeira OFICINA PERMANENTE DE CRÍTICA DA EEPA.

 

Confira TRECHOS dos comentários produzidos

por Alice UrbimBruna Agra Tessuto, Julio Larroyd e Paulo Barbosa. 

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DEUS É UM DJ EM 7 X 9

Alice Urbim, jornalista
“O coletivo liderado por Dill ousou investigar e refletir sobre o ambiente virtual que subverte o palco e a plateia. Se teleteatro, teatro ao vivo, live no Instagram ou na plataforma Zoom, isso é o que menos importa nestes tempos pandêmicos. A urgência da arte em cena é sobreviver, sem a preocupação de rotular formatos.”

UM NOVO PALCO

Bruna Agra Tessuto, atriz e escritora
“Na tela do nosso celular, as cenas eram acompanhadas de efeitos pensados para a plataforma, como closes, cortes, divisões de tela. Além disso, público e personagens interagiam nos comentários da rede social. Em uma fusão de ineditismos, Deus é um DJ, para mim, superou a trama. O espetáculo foi além da história.”

DIONISÍACA DIGITAL

Julio Larroyd, acadêmico
“Intercalando intervenções ao vivo com trechos gravados em vídeo das apresentações feitas em 2019 no Teatro de Arena de Porto Alegre, o Grupojogo propõe uma linguagem de teatro além-do-pós-dramático. Ao coletar vestígios da recordação, inscrevê-los no agora, com uma linguagem que prenuncia o amanhã, Deus é um DJ transforma-se em exercício de arqueologia do futuro.”

A VIDA ALHEIA COM MAIS EMOÇÕES

Paulo Eduardo Santos, jornalista
“O cenário das apresentações presenciais colocava uma parede de plástico transparente separando público e cena, situando a ação dentro de uma bolha. Na encenação transmitida pelo Instagram, esse mundo de mentirinha ocupava a tela do computador ou do celular. Se no teatro físico tínhamos o mundo dentro da bolha, no Instagram era tudo isso visto pelo buraco da fechadura.”

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Ao se propor ao desafio, o Grupo Jogo fez um saborosa noite de sábado, de minha parte capaz de concorrer com alternativas da TV aberta, à cabo ou Netflix. Isso porque temos na live um par de talentosos e versáteis atores, Louise Pierosan e Gustavo Susin, um equipe afinada que conta com o diretor audiovisual Gabriel Pontes e um encenador que nos inquieta Alexandre Dill, sem ficar só na promessa. Tanto que me deixou inconsolável por não ter podido ver no palco um espetáculo com o qual me conectei na temática e abordagem e que me envolveu, incrível possibilidade de vivenciar essa ação virtual, desfrutando-a

 

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Mas além das qualidades que a obra já carregava de sua montagem para palco, a apresentação on line foi além e se valeu do que o suporte midiático, esse ethos midiatizado da cena oferece como potência ao invés de lamentar o que poderia ser precário nesse momento. E o que acompanhamos foi uma transmissão em multitelas, com diversas perspectivas de câmeras captadas em diferentes palcos da cidade, intervenções ao vivo de casa pela equipe, comentários dos espectadores e diálogos que ecoavam na tela:

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A CENA COMEÇA A GOSTAR DO JOGO MIDIÁTICO

(E A ENTENDÊ-LO)

por Airton Tomazzoni

14 DE JUNHO DE 2020 / CENATXT

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ESTREIA CONTUNDENTE

Por ANTÔNIO HOHLFELDT

 

Definitivamente, a temporada teatral de Porto Alegre começa muito bem em 2019. Depois da revelação de Milhões contra um, que comentei na semana passada, temos este Deus é um DJ, do alemão Falk Richter, realização do Grupojogo, com apoio do Instituto Goethe e direção de Alexandre Dill.

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Há uma espécie de desdobramento do tema, numa reflexão mais profunda, de que este aspecto da perda de privacidade é apenas o lado externo do problema a ser discutido. Na medida em que se perde a privacidade, de certo modo o indivíduo morre para si mesmo, ainda que viva para os demais. Ou seja, o sujeito só está vivo se estiver sendo visto pelos outros. Mas isso o leva a abrir mão de sua vida íntima, de sua subjetividade. Isso fica evidente no diálogo que se estabelece entre os personagens: ambos estão sempre preocupados com o que fazem, porque o que fazem está sendo constantemente filmado e apresentado aos espectadores da galeria de arte em que se encontram, isolados, de um lado e, ao mesmo tempo, amplamente disponibilizados, através das imagens. (...)

 

A encenação de Dill é inteligente e sensível, auxiliado por Guilherme Conrad. O espetáculo exige o uso de mídias, e aí o cenário de Reynaldo Neto, a luz de Lucca Simas, a cenotécnica de Henrique Strieder, o vídeo de Gabriel Pontes, o figurino do próprio diretor e a trilha sonora criada pelo próprio ator são fundamentais. O público, sentado em torno da bolha de plástico, abrange toda a cena que deveria ser privada e participa deste ritual que, para além da artificialidade do cotidiano, acaba se tornando um rito de morte.

Excelente espetáculo, difícil espetáculo, oportuno momento de reflexão a respeito da contemporaneidade(...)

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